O Maligno
Depois do exílio dos deuses e da prisão do Lorde das
Tempestades, Daarmstagg, como única nação onde o culto a ele era predominante,
acabou se tornando um grande alvo do antagonismo das pessoas. Houveram diversas
campanhas políticas contra a nação, aumentando ainda mais a noção de isolamento
do reino, que já tem terras e clima bastante diferentes da maioria do
continente. Mas houve uma campanha que realmente pegou: contra o rei Aydan
Federik.
Daarmstagg tem um histórico de confronto com o reino
dracônico de Eagwak e naquele momento havia guerra novamente. As duas nações têm
costumes muito parecidos e sua rivalidade é sem igual, por isso confrontos
começam e terminam com tanta rapidez quanto um espadachim desembainha sua
espada e volta a descansá-la. Naquele ponto da história, o rei Aydan havia
vencido o reino rival numa gloriosa batalha e, tomado pelo êxtase da vitória,
resolveu atacar Valltins, para perplexidade de todos em Cefteros. Despreparados
para a ameaça, o reino viu Ponte Verde nas mãos invasoras do reino gelado e
iniciou uma campanha para angariar ajuda de seus outros vizinhos.
Foi aí que o rei Aydan ganhou a alcunha de O Maligno
no continente. Bardos eram pagos para compor músicas e fazer propaganda
negativa sobre o rei e sua nação, tocando não só em sua sede por batalha, mas
também numa ferida que ainda estava aberta: se tratava de um reino fiel ao deus
que acabara de ser aprisionado pelos seus semelhantes por sua natureza
revoltosa. Uma música em especial pegou e hoje é impossível separar este
estigma daquele rei.
Vários boatos foram lançados: o de que ele era de alguma
forma venenoso e corrupto, que sua simples presença poderia matar ou distorcer
plantas, animais e até pessoas, etc. Diziam que suas terras eram cobertas por
trevas, que tinha um ânimo implacável e se alimentava de carniça. Transformaram
rei Aydan numa criatura de trevas, entropia, hidromel e brutalidade. É claro
que era apenas propaganda política.
Rei Aydan foi bom para seus súditos, mas era um
verdadeiro guerreiro. Ele se sentia triste por ver seu povo passar tanta
dificuldade com terras geladas e inférteis, por isso vislumbrava conseguir
condições melhores mais ao sul. Cantar esta música na presença de um daarmiano é
considerado uma afronta e eu não recomendo em momento algum. No entanto, como
ficou bastante famoso (de uma maneira negativa), é natural que o rei Aydan
figure como uma personalidade de interesse da história de Cefteros. Ele não
viveu muito depois, perdendo a vida na mesma batalha que encerrou a ocupação
dos daarmianos em Ponte Verde, apenas três anos depois de sua conquista.
Seu filho e sucessor, rei Jarpen, querendo apaziguar
a péssima imagem de seu pai perante o continente, se casou com a filha do rei
de Valltins, Eleonora, estreitando relações e estabilizando novamente a
situação do nordeste de Cefteros. Apesar de ter desfeito os desmandos do pai,
Jarpen não conseguiu eliminar a imagem que ele havia deixado através dos bardos
e diplomatas a serviço de seu sogro, com quem teve uma relação bem fria. Os
reinos hoje vivem em harmonia e poucos se lembram da guerra em si, mas a música
foi eternizada e as mães valltenas ainda usam O Maligno para assustar as
crianças.
Rosas
Negras para O Maligno
Autor
Desconhecido
Como uma maçã envenenada
Uma mordida é doce, mas fatal
Sua carruagem parte
Antes da meia-noite e então
desaparece
Uma coroa de espinhos ele usa para
ignorar
A claridade do seu lamento
Fundo no delírio ele encontra seu
caminho
Por onde rastejar dia sim, dia não
Vazio agora me sinto, mesmo quando
Eu deveria estar cheio de mim mesmo
Estou viciado na miséria que
apodrece por dentro
Amedrontador, frio como a neve
congelante,
É como você deve me considerar
Abra seu coração e venha para o
outro lado
Traga rosas negras para O Maligno
Ele pode dominar a dor
Enquanto ela assola seu amor com
tristeza
Snoveggen é onde eles passam sua
quarentena
Em meio a outros monstros
Vazio agora me sinto, mesmo quando
Eu deveria estar cheio de mim mesmo
Estou viciado na miséria que
apodrece por dentro
Amedrontador, frio como a neve
congelante,
É como você deve me considerar
Abra seu coração e venha para o
outro lado
Traga rosas negras para O Maligno
Eu não fui feito para lhe amar
Porque pertenço à noite tempestuosa
De láudano, enxofre, sangue e um
toque de morte
Traga rosas negras para O Maligno
Não desperdice sua simpatia
Numa alma perdida como a minha
Coisas como milagres não existem
A dor sempre estará comigo
Algum dia você verá
Não há soberba em mim
Nem redenção, nem livramento
Então corra para longe de mim
Amedrontador, frio como a neve
congelante,
É como você deve me considerar
Abra seu coração e venha para o
outro lado
Traga rosas negras para O Maligno
- “Lendas de Heróis e Vilões”, Sarah
Strahovski
Música: “Black Roses for the Wicked One”
Álbum: "The Pagan Manifesto", Elvenking (2014)
Compositor: Davide "Damna" Moras
Não detenho quaisquer direitos sobre a música.
Rei maligno é o nosso homem do saco. Hahahaha
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