O Conde Vampiro
A cidade de Alfazus, no reino de Faa’hir teve um
conde que teve uma história trágica, resultando numa música composta pelo
famoso bardo Damnagoras. O trovador já tinha sua carreira difundida em muitas
nações e gostava de trabalhar em cima de histórias populares enraizadas nos
costumes e na cultura do povo comum. Claro que isso era bastante esperto de sua
parte, ficava muito mais fácil cativar esse mesmo povo cantando suas próprias
histórias.
Essa música se trata do conde Rezieff Mieltergis
Gohegis Froyrollec, um homem bem quisto por todos que o conheciam. Ele era
famoso por suas boas ações e gentilezas, sempre sendo prestativo aos que
precisavam e não poupando esforços pelo bem-estar geral da cidade. Ele era
famoso por suas grandes festas que viravam a noite em sua mansão e aceitavam
cidadãos de qualquer classe social.
Poucas pessoas conseguem ser tão amados pelo povo
como ele. E as pessoas iam sempre até sua mansão, nos arredores da cidade,
levar-lhe presentes e todas formas de agrado. As pessoas que trabalham em suas
terras nunca tiveram o que reclamar de seu chefe e sempre foram muito bem
tratadas. Até que com o tempo algumas pessoas começaram a estranhar. Conde
Rezieff já deveria ter seus setenta anos, mas ainda aparentava ser jovem. A
maioria do povo acreditava que ele era simplesmente saudável.
Então um grupo de aventureiros surgiu na cidade.
Eles conversaram com o povo, se divertiram nas tavernas e foram até um dos
grandes bailes na mansão do duque. Eles aproveitaram a situação para confirmar
sua desconfiança: ao ouvirem falar da longevidade e hábitos noturnos do nobre,
desconfiaram que ele fosse um vampiro. Quando estavam na mansão, depois de
vários testes disfarçados, confirmaram que se tratava mesmo de um vampiro.
Ainda sem saber como agir, o grupo preferiu
continuar na festa normalmente e resolver a questão no dia seguinte. O baile
acabou e todos partiram. Na manhã seguinte os aventureiros reuniram os cidadãos
mais proeminentes da cidade e contaram sua descoberta. Diziam que o conde só
podia ser um vampiro, usaram de seu conhecimento e toda lógica possível para
convencer a todos de lhes pagar uma recompensa pela cabeça da vil criatura.
Ainda durante a tarde os aventureiros invadiram a
mansão buscando matar o conde Rezieff que, admitindo ser um vampiro, lutou
contra os invasores e matou cada um deles. Ele enviou então uma mensagem aos
representantes da cidade admitindo que era um vampiro, mas afirmando que
buscava apenas paz. Ele sempre esteve ajudando para que não fosse confundido
com um monstro qualquer e servia como uma espécie de protetor para a cidade,
sempre a livrando de elementos indesejáveis, como alguns exemplos que ele deu.
O povo ficou em polvorosa, assustado. Apesar de
muitos serem gratos à ajuda que o conde Froyrollec lhes prestara, o medo falou
mais alto e os cidadãos da cidade resolveram eliminar a criatura. Munidos de
forquilhas e tochas eles marcharam pelo campo até a mansão e foram recebidos de
maneira cortes e elegante. Confusos, os líderes da ação quase regrediram, mas
no final acabaram tomando o conde em sua custódia, torturando-o e descarregando
todas suas frustações na carne morta do nobre ao longo de vários dias.
Vários dias de tortura se passaram para que o conde
finalmente fosse dado como morto e enterrado. Ele havia sofrido todo tipo de
abuso dos camponeses que passara décadas ajudando e protegendo. Apesar de ser
temido como o monstro, mostrou a todos que qualquer um pode ser um monstro,
independente da própria raça. São as ações que nos guiam para os caminhos
obscuros da realidade e o conde Rezieff foi mais uma vítima do medo que as
pessoas têm do desconhecido.
Apesar de ser dado como morto naquela época, fiz um
grande estudo sobre o conde vampiro durante minhas viagens. Vi as esculturas e
pinturas dele feitas na época em que ainda era um conde. Aparentava ser um
homem de cerca de quarenta anos, se vestia de maneira elegante e tinha cabelos
brancos que iam até um palmo abaixo dos ombros. Gostava de se vestir de cinza,
sempre na moda mais elegante. Seu rosto era fino e seus olhos vermelhos fazia
com que todos pensassem que fosse um albino.
Curiosamente encontrei mais pinturas deste mesmo
senhor, com várias datas diferentes. Alguns afirmam que conde Rezieff e o
vampiro Mielter, companheiro do grande herói Zlav, eram a mesma pessoa. Não
seria de se estranhar que um vampiro sobrevivesse aos ferimentos causados por
camponeses e que vivesse tantos anos. Infelizmente, jamais vamos ter certeza
absoluta se isso é uma coincidência ou não, pois o vampiro Mielter foi completamente
destruído na conhecida batalha dos aliados de Zlav contra a Tríade Dracônica
sobre os céus do Atoleiro dos Mortos.
Eu sou o
Monstro
Damnagoras
Neste lugar escuro e solitário
Sinto como se tivesse caído em
desgraça
Forasteiro para toda a vida, me
escondendo de seus olhos cruéis
As luzes estão fora, mas eu estou aqui
O gelo está derretendo na minha
pele
Os ventos frios sopram
profundamente em meus sonhos congelando tudo que resta de mim
Eu sempre senti essa miséria
Acho que alguma coisa está quebrada
dentro de mim
E eu estou me sentindo tão sozinho
Tenho medo de nunca encontrar a
minha cura
Eu perdi meu caminho
Eu perdi a minha luz
Perdi as estrelas dentro da minha
noite
Eu perdi as coisas com as quais
estive sonhando (sonhando)
Oh, lá vêm eles com forquilhas e
fogo
Minha destruição eles desejam
"Monstro! Monstro!", eles
estão gritando como se finalmente tivessem encontrado sua cura
Eles me levam, torturam e me machucam
Tudo que eles querem fazer é me
enterrar
E livrar-se do que eles temem,
porque eu sou o monstro!
Eu perdi meu caminho
Eu perdi a minha luz
Perdi as estrelas dentro da minha
noite
Eu perdi as coisas com as quais
estive sonhando (sonhando)
Apenas um único dia, mais um único dia
Dentro dessa jaula e eu vou
desaparecer
Eu perdi meu caminho
Eu perdi a minha luz
Perdi as estrelas dentro da minha
noite
Eu perdi as coisas com as quais
estive sonhando (sonhando)
Apenas um único dia, mais um único dia
Dentro dessa jaula e eu vou desaparecer
Eu perdi meu caminho
Eu perdi a minha luz
Perdi as estrelas dentro da minha
noite
- “Lendas de Heróis e Vilões”, Sarah Strahovski
Música: “I Am the Monster”
Álbum: "Era", Elvenking (2012)
Compositores: Davide "Damna" MorasNão detenho direito nenhum sobre a música.
Povo ingrato, se a pessoal so faz o bem, não tem o porque de ter medo.
ResponderExcluirClaro uma coisa a ser averiguada era a forma com que se alimentava, afinal vampiro se alimenta de sangue e se ele so bebia sangue dos invasores que so querem o mau nada mais justo, afinal ele era como se fosse o guardião da cidade, um monstro que deve ter se arrependido de seus pecados e decidiu fazer o bem pelo menos para se redimir.