segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Ato II: A Assembleia V

Capítulo 13

O grupo ficou inseguro de se dividir em duplas, todos acharam melhor se dividir em dois grupos. Alanna, Arannis, Magusar, Elros e Luize formaram um deles e Amgram, Arthur, Malaggar, Shaysis, Gwen e James formaram o outro. Definiram um ponto estratégico na cidade e a partir dele sairiam em uma espécie de ronda em busca de sinais de ação dos Bodes Negros ou qualquer outra atividade suspeita, para então voltar ao ponto inicial e cobrir uma área diferente. Ambos grupos combinaram de que após duas passadas sem encontrar o outro grupo, deveriam rumar para a última área que disseram cobrir.
Cada trajeto que faziam para investigar uma área durava cerca de quarenta minutos. No primeiro trajeto, os grupos se avistaram ao longe, chegando ao ponto inicial com pouca diferença de tempo. Ninguém havia visto nada e logo apontaram onde cobririam a partir de lá. Outros quarenta minutos se passaram, os horários ainda alinhados, apesar da diferença um pouco maior. A atmosfera tensa da busca e a necessidade de prontidão por todo percurso tornava este reencontro numa espécie de alívio para todos. No terceiro reencontro os grupos quase não se viram, os mais adiantados só avistando o outro quando estavam prestes a deixar a rua principal em direção ao próprio trajeto.

...

O grupo de Alanna, Arannis, Magusar, Elros e Luize já estava andando havia mais de trinta minutos depois de se separar do outro grupo quando a ardent e o bladesinger ouviram sons em vielas próximas. Ambos se mantiveram atentos, mas permaneceram agrupados no centro da rua pavimentada. O ambiente estava bem escuro e mesmo a capacidade de enxergar com pouca claridade não bastava para que conseguissem uma boa visão do que aconteceu em seguida. Surgindo das vielas que passam por entre as construções padronizadas da cidade, um grupo de bandidos já chegou atacando.
Dois homens de alta estatura lançaram machadinhas na direção do grupo, enquanto do lado do posto duas pessoas encapuzadas dispararam mísseis mágicos. Pego de surpresa, o grupo procurava se recompor enquanto via mais homens se aproximarem com clavas em suas mãos. Com todos agrupados no centro da rua, ficou fácil para os inimigos os cercarem. A batalha começou com Magusar se afastando dos aliados para a direção de onde estavam os magos e vinham mais dois homens de clava mais atrás. Elros estabeleceu o ponto de defesa mais à frente enquanto Arannis e Alanna davam suporte e contra-atacavam os inimigos.
Luize se posicionou entre o trio e o lâmina arcana e dava cobertura ao mesmo com suas flechas certeiras. Os encapuzados descarregaram suas magias logo de cara, tentando eliminar os adversários o quanto antes. Mas sem a surpresa o grupo era capaz de evitar boa parte de suas tentativas de destruí-los, rechaçando seus disparos enquanto golpeavam os lutadores no corpo a corpo. Enquanto o trio à frente segurava os dois brutamontes, ainda conseguira eliminar um dos homens de clava rapidamente. Magusar eliminou num único golpe os dois bandidos de clava que se aproximaram de seu ponto de defesa, próximo a um dos magos.
Sendo um alvo constante, Arannis precisou se afastar para recuperar as forças em certo momento, deixando para Elros e Alanna a defesa do ponto. Ambos golpeavam incessantemente um dos grandalhões, até o meio-elfo derrubá-lo com um golpe bem aplicado de seu martelo. O bladesinger retornou ao combate assim que possível, e com a ajuda de Magusar, que havia se aproximado, ajudaram a eliminar o brutamontes restante juntamente com o homem da clava. A meio-elfa ainda partiu na direção dos magos para tentar derrubar um deles, mas eles se colocaram a correr mesmo com o risco de serem flechados pela barda.
- Alguém fica cuidando dos outros enquanto nós vamos atrás deles. – Sugeriu Arannis.
- Eu fico. – Se ofereceu Elros, já se aproximando dos desacordados.
- Fico também. – Luize se prontificou.
- Então vamos! – Partiu Magusar, seguindo o outro eladrin e a meio-elfa.
Os encapuzados tinham uma grande vantagem e por mais que o trio conseguisse diminuir a distância, começaram a questionar a necessidade de eliminá-los. Logo viram que não conseguiriam pegar seus alvos tão rapidamente e, diante da possibilidade de serem conduzidos para outra emboscada, desistiram. Arannis deu o grito para que a perseguição cessasse e voltassem para o lado dos companheiros. A prioridade era encontrar o conde Hazel, todos se lembraram na volta. Quando se aproximaram do local onde batalharam conseguiram ouvir a música suave de barda e se aproximaram para recuperar o fôlego.
- Vamos amarrar eles.
- Não é necessário. – Interferiu Elros, sentado com as costas apoiadas numa das casas. Ele então mostrou um pedaço de pergaminho.
- Aqui há a indicação de um local onde este grupo deveria ir proteger “o pacote”. – Afirmou Alanna após ler o papel.
- Então vamos lá.

...

Passados os quarenta minutos de caminhada, estavam de volta ao ponto inicial. Não viram o outro grupo, mas continuaram percorrendo sua ronda até chegarem em vias de deixar a rua principal. Já haviam feito essa parte da caminhada num ritmo mais lento, ainda esperando se encontrariam os amigos. Amgram ficara um pouco nervoso com a situação e, contrariando o combinado de só partir atrás dos companheiros depois de duas voltas sem se reencontrar, chamou Arthur.
- Vá até o trajeto deles. Nós vamos continuar e, se na volta ainda não encontrarmos ninguém, iremos em seguida. Vamos mais rápido desta vez.
- Certo. – Concordou o paladino, correndo na direção que o grupo fora cobrir da última vez.

...

Depois de uma caminhada, encontraram o local determinado no pergaminho. Era um casarão velho e abandonado. Já fora muito bonito em seu ápice, mas hoje estava em estado de decomposição. Pertencera à família Ragradys, que caíra em desgraça ante o duque há alguns anos, perdendo todos seus títulos e propriedades. Eles vigiaram a casa por algum tempo, até encontrar uma janela grande para onde ficava o jardim que poderia ser facilmente quebrada. Ficaram ansiosos e se juntaram novamente às escondidas sussurrando seus planos.
- Como faremos agora? – Perguntou Elros.
- Precisamos ir todos juntos.
- Isso mesmo. Pelo menos se entrarmos todos próximos, eles não vão ter tempo de se focar em só um de nós.
- Eu vou na frente então. – Se prontificou o battlemind. – Mas como vamos fazer? Arrombar mesmo ou tentar abrir?
- Acho mais fácil arrombarmos mesmo. – Deu de ombros Arannis.
- Então deixem comigo, com meu escudo fica fácil. Vou fazer a contagem e todos me seguem de imediato. – O meio-elfo concluiu.
Elros se preparou, ajeitando o escudo à frente do corpo, e então começou a contagem. Quando partiu, os outros saíram em seu encalço, uma corrida alucinada até a janela, destroçada depois do impacto com o escudo aliado ao peso da armadura do meio-elfo. Assim que caiu dentro da sala, ele rolou à frente para dar espaço aos outros, que chegaram em sua retaguarda rapidamente. Enquanto os outros se ajeitavam, o battlemind já percebeu que haviam inimigos preparados para ataca-los.

...

Arthur dera de cara com dois bêbados no meio do caminho, balbuciando coisas sobre uma batalha e homens caídos. Ele se aproximou e tentou dialogar com eles, suas falas moles contando sobre coisas incoerentes até que finalmente chegassem ao assunto urgente. Ao custo de uma jarra de cerveja, o paladino obtivera a informação e corria na direção do local indicado, torcendo para que ainda houvesse tempo de encontrar os amigos. Depois de correr por alguns minutos, viu alguns corpos no chão, um deles já se levantando, atordoado.
- O grupo que fez isso com vocês, quero saber onde estão. – Arthur pegou o bandido pelo colarinho de maneira intimidante, ainda que apressado.
- Como é? – O homem parecia desnorteado.
- A luta! Vocês lutaram contra meus amigos. Quero saber onde eles foram.
- Não sei! Eu não vi eles saindo, estava inconsciente, como você pôde ver.
- Eu preciso saber onde eles estão. – Insistiu o paladino, já impaciente.
- Olha, eu sei onde eles podem ter ido. Pelo menos era onde a gente ia. Acho que foram pra lá, não?
- Onde é?
- A gente tava indo proteger um pacote. Eu posso te mostrar o lugar se você prometer me deixar ir depois.
- Como vou saber se você não vai me enganar? – Ponderou Arthur.
- Hey, eu só quero ficar livre. Se eles me verem chegando vão querer me matar.
- E se não me dizer nada, eu posso te matar também.
- Você é só um, deve doer menos.
- Certo. Você me leva até perto deles e eu te solto. Te dou minha palavra de paladino.
- Paladino? – Riu o bandido. – Não sou idiota. Você está vestido de azul, não existe divindade azul.
- Vamos logo. – Arthur começou a arrastar o homem assustado.
Andaram por alguns minutos até chegar numa rua cheia de casarões, a maioria abandonados. O bandido tentou barganhar de novo para que fosse libertado antes de indicar o local, dizendo que se tratava de um dos casarões próximos. Irredutível, o sacerdote azul manteve seu refém por perto. Sem saída, o homem, usando a cobertura de uma construção arruinada, se aproximou do casarão. Ele chamou por Arthur para que este ficasse à sua frente e então indicou a construção em ruínas. Ele fez questão de mostrar a janela que agora estava destruída.
- Era ali que eu ia indicar, ninguém conseguia fechar ela direito por causa dos trincos que estão quebrados.
- Certo, pode ir então. Suma da cidade.
- Essa vida não paga o suficiente mesmo, eu quero mais é distância. Boa sorte. – Ironizou o homem enquanto saía.

...

Estavam numa sala grande, provavelmente a sala de estar do casarão. Havia uma porta dupla que provavelmente sairia para a recepção e uma outra que deveria levar a um novo cômodo. Em três dos cantos da sala viram posicionados três meio-orcs, cada um com um arco longo pronto a disparar. O grupo foi alvejado por suas flechas e logo em seguida por uma magia vinda de um forjado bélico que portava um cajado. Seu ataque atingira Alanna, Elros e Magusar, puxando-os em sua direção e levando os três ao chão. Outros dois forjados bélicos, escudo e espada em mãos, apenas se aproximaram, cercando o grupo.
Antes que todos pudessem se recompor, o grupo foi alvejado novamente pelas flechas dos arqueiros e a magia do forjado bélico, drenando ainda mais sua vitalidade. O contra-ataque foi imediato e certeiro, todos se esforçando para eliminar os alvos o quanto antes. Arannis forçou um dos meio-orcs a abandonar o arco em favor de um machado, enquanto Alanna partia para cima do mago. Elros e Magusar engajaram os soldados de metal enquanto Luize disparava em auxílio. A meio-elfa e a humana trabalhavam incessantemente para manter o espírito de luta do grupo diante da grande adversidade.
Logo Arthur passou pela janela, sendo recebido com um certo alívio pelos companheiros. A batalha começou a virar em favor dos Silverhawks e um dos soldados de metal começou a hesitar. Apesar da estranheza do grupo com a atitude, logo perceberam que forjados são diferentes de golens. Eles têm personalidade e vontade própria, o próprio paladino já havia ouvido falar nestas criaturas em algumas aulas na academia. Apesar da hesitação, o forjado bélico mago o instigou a continuar no combate e ele seguiu, pelo menos por um tempo.
Alanna, Arthur e Arannis focaram no mago metálico, o aparente líder do grupo adversário. Elros e Magusar fizeram um dos soldados abdicar da luta, enquanto o outro tentava se manter no combate. Não demorou para que começassem a se render. Os meio-orcs, mais teimosos, permaneceram lutando por mais tempo, provando da espada dos eladrins, do martelo do meio-elfo, da alabarda da psiônica e das flechas da barda, além do machado do paladino recém-chegado. Depois de uma extensa troca de golpes, todos recuaram.
Nenhum deles tinha a marca dos Bodes Negros, disseram ser apenas mercenários contratados. Eles disseram que partiriam dali e em troca tentaram ajudar o grupo. Afirmaram que além da porta haveria um corredor e uma escadaria, que o pacote estaria lá embaixo, protegido por um grupo de bandidos da gangue. E os bandidos muito provavelmente sabiam que o grupo estava invadindo, então estariam preparados. Sem demora, os mercenários aproveitaram para se retirar antes que seus contratantes pudessem fazer qualquer tipo de retaliação pela atitude pouco honrada, deixando os amigos sozinhos no casarão.

3 comentários:

  1. Vamos precisar de todo mundo na próxima, hem... e de muita ajuda divina!

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  2. Só espero que na próxima não tenha inimigos muito forte, pois nos já estamos todos ferrados

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  3. Temos pulsos de cura pra revitalizar, vai quase acabar para a luta final, mais temos que entrar full. Tomara que tenha reforços provável que os do corredor abaixo sejam os bodes negros e serão mais fortes disso eu tenho certeza, e também tomar cuidado com o corredor pode haver armadilhas.
    Que tenhamos mais sorte nos dados e que o Rick vá muito mal o que acho difícil. :(

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